domingo, 15 de abril de 2012

Sobre o transporte público e a simpatia holandesa


Antes que alguém comece a acreditar piamente no que escrevo, devo esclarecer um ponto: conto aqui apenas o que vi, o que me contaram, o que sei. Nenhum país no mundo é uniforme (lembre-se que chamam o Brasil de país das praias e Carnaval, não está errado, mas é uma verdade muito incompleta). Agora que me expliquei, vamos falar em termos gerais...
Como bom trabalhador preciso pegar transporte público toda manhã (aqui o trabalho começa 9h, modelo americano: das 9h até 17h, com 1h de almoço). Por enquanto estava pegando o trem até a Utrecht Centraal Station (é assim mesmo, ‘Centraal’) e de lá, um ônibus até a CBS. 
Os trens na Holanda te levam pra qualquer lugar no país praticamente, o site da companhia NS é prático e intuitivo (tem versão em Inglês!). Claro que um país com pouco mais de 40 mil km² é muito mais fácil de cobrir que um de 8,5 milhões de km² como o Brasil...
Geralmente os trens chegam no horário exato (e se atrasa você é avisado pelo som e nas telas de informação), bancos estofados e uma viagem a mais de 150 km/h sem buracos e sacolejos... (Já estou virando tiete deste país).
Os ônibus também costumam estar na hora. A empresa aqui é a GVU (o site tá em Holandês? Usa o Google Tradutor!). Em cada ponto há tabelas mostrando os horários das linhas e, nas principais paradas, também há telas dizendo quantos minutos faltam para o próximo ônibus passar. E só pra não me esquecer de Curitiba, Utrecht tem biarticulado também!



Nos trens, bondes e ônibus há um sistema integrado para pagamento: o cartão OV (OV-chipkaart). É só colocar créditos nele e usar; é preciso fazer check-in nas maquininhas das estações ou nas entradas dos ônibus, basta encostar o cartão na maquininha, ler o Goede reis (Boa viagem) e seguir em frente, mas... nunca se pode esquecer de fazer o check-out: pois bem, aqui se paga o quanto se anda. Nos ônibus há uma tarifa básica de 0,83 EUR ao fazer check-in e mais 0,11 EUR por km andado, no trem o valor é fixo, dependendo entre quais estações você anda, mas a passagem parte de 2,10 EUR (ha, trem é mais rápido, te leva mais longe, atrasa menos, é mais confortável, só podia ser mais caro!). É claro que você deve estar se perguntando: o que acontece quando se esquece de fazer check-out? Aí meu amigo, você paga o valor máximo da viagem! A minha viagem de ônibus que é de 1,47 EUR viraria uma de 4,00 EUR e se for de trem, torça pra ele não estar indo longe, se não seu saldo vai acabar rapidinho...

Trem Sprinter: para viagens longas dentro do país

E por falar em Curitiba: ensinado por três anos com as curitibanices, me acostumei a não ser muito sociável no dia a dia. Mas eis que o povo holandês me mostra algo novo. É perfeitamente aceitável sentar-se ao lado de um desconhecido no trem e ainda puxar papo com ele! Se vai no mercado, inicie uma conversa com a pessoa ao lado sobre os preços, no fim vocês vão rir juntos. Tá perdido? Peça ajuda e alguém vai educadamente te responder e, provavelmente!, sorrir pra você (e, assim, eu pago de antipático! Como é que vou responder pra alguém em Holandês? No fim eu só sorrio e tá tudo certo!).

3 comentários:

  1. Hummm, bacana o transporte, então...

    Mas realmente todo mundo fala inglês aí?

    Até!

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    1. Douglas,

      Até agora as únicas pessoas que encontrei e que não falam Inglês são as crianças. O Inglês é aprendido na escola e com qualidade, mesmo que alguns não sejam fluentes dá pra se virar numa conversa.
      Estatísticas oficiais dizem que 85% da população daqui fala Inglês (considerando as crianças), então uns 90 e poucos % dos adultos conseguem falar. O que me contaram foi que só o pessoal mais velho do interior que não fala mesmo.
      Para minha alegria, estou salvo aqui! (Mas já estou estudando Holandês básico, pelo menos por educação posso dar um "bom dia!").

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  2. Meu sentimento Curitibano aflorou contra o 'me acostumei a não ser muito sociável no dia a dia' hahaha Isso é porque você não conhece os franceses XD

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